quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Fisioterapia oncológica contribui para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida do paciente com câncer

Fisioterapia oncológica contribui para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida do paciente com câncer






A fisioterapia oncológica, também conhecida como oncofuncional, é uma modalidade de tratamento que exige aperfeiçoamento e capacitação, e que resulta no bem-estar e na melhoria da qualidade de vida de pacientes com câncer de qualquer idade. A conclusão é fruto de um trabalho de pós-doutorado, desenvolvido pelo coordenador de Fisioterapia Intensiva da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Dr. Daniel Xavier. Ele é o primeiro profissional da área a conquistar a titulação em pós-doutorado em fisioterapia oncológica (Post Doc in Physicaltherapy in Oncology) na região Norte, informou o especialista.
O curso, ofertado através de uma parceria entre as universidades Unilogus (Flórida – USA) e FCE (Califórnia), teve cerca de um mês de duração. A pesquisa, por sua vez, foi desenvolvida ao longo de dois anos (2014 / 2015), com avaliações periódicas de resultados. Foram dois estudos, ao todo. O primeiro deles, abordou o atendimento através da fisioterapia em oncologia, voltado à melhoria da qualidade de vida em crianças portadoras de câncer, e teve o suporto da ONG amazonense Gacc (Grupo de Apoio à Criança com Câncer), onde o fisioterapeuta atua como voluntário.


O segundo, atuou no campo da mobilização precoce aplicada ao paciente oncológico em recuperação na Unidade de Tratamento Intensivo da FCecon, unidade de referência em cancerologia na Amazônia Ocidental. Foram 50 pacientes avaliados ao longo do estudo, com a aplicação de diferentes técnicas de manutenção e reabilitação.
A fisioterapia especializada melhora também a funcionalidade, aumentando a taxa de reinserção social. Para tanto, utilizamos ferramentas e aparelhos que auxiliam na mobilidade. A conclusão com esse estudo é que pacientes que passam por esse tipo de terapia, têm uma recuperação mais rápida e, consequentemente, o tempo de internação acaba reduzido”, explicou Xavier.
De acordo com ele, além de tornar os leitos de internação mais rotativos, a recuperação dos pacientes em curto espaço de tempo também promove economia e aumenta a oferta de tratamento especializado.
O especialista ressaltou que as técnicas oriundas da fisioterapia oncológica, dão mais independência ao paciente, que tem a estrutura física fortalecida e ganha mais segurança para realizar as atividades cotidianas. A fisioterapia, embora aplicada a pacientes internados na unidade hospitalar, deve ser utilizada nais mais diversas fases do tratamento, tendo continuidade após o período de alta hospitalar, alertou Xavier.
A terapia pode contribuir, inclusive, para um estilo de vida mais ativo. “Os métodos terapêuticos vêm sendo aplicados em pacientes oncológicos da Fundação Cecon, com efeitos surpreendentes, incluindo pacientes pós-cirúrgicos. A reabilitação associada às técnicas ocorre de forma mais eficaz, pois ajuda a recuperar a integridade funcional”, ressaltou. O projeto que resultou na titulação, teve a participação da Diretoria de Ensino e Pesquisa da FCecon.


Fonte: http://www.fcecon.am.gov.br/fisioterapia-oncologica-contribui-para-o-bem-estar-e-melhoria-da-qualidade-de-vida-do-paciente-com-cancer/

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

FCecon recebe aparelhos de baixo custo para reabilitação de pacientes

A instituição será a primeira do SUS a implantar esse tipo de programa no Norte do País

@intensivistaxavier

Em Manaus, um projeto que usa aparelhos funcionais de baixo custo na recuperação de pacientes com câncer tem surpreendido fisioterapeutas pelos resultados positivos. A iniciativa está em andamento há algumas semanas na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon). Os pacientes beneficiados são portadores de câncer em recuperação pós-cirúrgica – na maioria dos casos – internados na unidade hospitalar.

Segundo o diretor-presidente da FCecon, Marco Antônio Ricci, a instituição é a primeira do Sistema Único de Saúde (SUS) a implantar esse tipo de programa na Região Norte do Brasil. O objetivo é reduzir a morbidade e a mortalidade de pacientes que se recuperam de cirurgias oncológicas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os resultados têm surpreendido especialistas da área com mais qualidade de vida no período pós-alta hospitalar dos pacientes.

Ricci explica que a confecção dos utensílios ficou a cargo de um grupo de alunos de pós-graduação em Fisioterapia Intensiva do Instituto de Aprimoramento e Ensino em Saúde (Iapes), sob a orientação do coordenador do Serviço de Fisioterapia da UTI da FCecon e do Iapes-Manaus, Daniel Xavier.
   

Foto: Divulgação
 
De acordo com Xavier, os aparelhos foram doados à unidade hospitalar. A maior parte deles, foi produzida com materiais recicláveis, como PVC e garrafas PET. Através dos aparelhos, os pacientes acamados, que têm a mobilidade reduzida, podem se movimentar com mais facilidade, com o apoio dos fisioterapeutas.

“O método auxilia na recuperação dos pacientes, já que ajuda a preservar e restaurar a integridade, melhora a funcionalidade e previne certos distúrbios e complicações, como as musculares, respiratórias, motoras e circulatórias”, destacou Xavier.

A iniciativa faz parte do projeto EMOBIL (Early Mobilization), sem fins lucrativos. A ideia, de acordo com ele, é que, futuramente, esse tipo de assistência seja estendida para enfermarias, ambulatório e home care (atendimento domiciliar).

Mais sobre o projeto

Os projetos construídos até o presente momento têm acrescentado benefícios diretos aos pacientes, dentre ele estão o ANDA (Aparato Neurodinâmico para Deambulação Assistida), invenção do renomado Fisioterapeuta Dr. Tom Carvalho. O ciclo ergômetro de PVC e o andador de PVC foram projetados pelo Fisioterapeuta e aluno da IAPES Rodrigo Augusto Braga.

Daniel Xavier destaca que as órteses de membros inferiores, feitas com garrafas plásticas e EVA (espuma venílica acetinada) foram idealizadas pela fisioterapeuta e também pós-graduanda da IAPES, Lidiane Rabelo, todos profissionais da cidade de Manaus. O uso da DASBEL (Dispositivo Auxiliar de Sedestação Beira Leito) também está presente nas confecções do EMOBIL, ideia inovadora de um grupo de Fisioterapeutas da cidade de São Paulo.

“A expansão deste conceito torna-se de fundamental importância para o aprimoramento de técnicas e atendimentos, uma vez que o principal favorecido será o paciente. A facilidade na execução destes artefatos, gera verdadeira mobilização entre os profissionais, ampliando a visão de suas terapêuticas e, consequentemente, sua criatividade”, concluiu.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

ASMA

ASMA

 Resenha: pós graduanda em terapia intensiva Dra Mariana Pará
Coordenador: Daniel Xavier @intensivistaxavier

 
É  uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo.

A asma incide em qualquer idade com predomínio na infância e adolescência, no entanto, ela  atinge 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As mulheres são as mais acometidas pela doença: cerca de 3,9 milhões delas afirmaram ter diagnóstico da enfermidade contra 2,4 milhões de homens, ou seja, prevalência de 39% a mais entre o sexo feminino.

A asma a inflamação brônquica, resultante de um amplo e complexo espectro de interações entre células inflamatórias, mediadores externos e células estruturais das vias aéreas. Ela está presente em todos os pacientes asmáticos, inclusive naqueles com asma de início recente, nas formas leves da doença e mesmo entre os assintomáticos.  A mucosa brônquica inflamada torna-se hiper-reativa a diversos estímulos, sejam eles alérgicos ou não.

Antes de falar sobre tratamento, é importante lembrar que a asma é uma doença variável, ela varia de asmático para asmático e varia também ao longo do tempo em um mesmo indivíduo. Por isso, o tratamento da asma deve ser individualizado, isto é, o que serve para um asmático pode não ser o melhor tratamento para outro. Ou um mesmo tratamento pode ter sua dose modificada conforme a necessidade. Por isso, o tratamento deve ser orientado pelo médico.
A maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação: (1) medicação chamada controladora ou de manutenção que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma e, (2) medicação de alívio ou de resgate que serve para aliviar os sintomas quando houver piora da asma.

As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios. As principais medicações controladoras são os corticoides inalados isolados ou em associação com uma droga broncodilatadora de ação prolongada. As medicações controladoras diminuem o risco de crises de asma e evitam a perda futura da  capacidade respiratória. O uso correto da medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

A Fisioterapia é um grande aliado no tratamento da asma, auxiliando na redução da intensidade e frequência dos episódios agudos através da busca do reequilíbrio físico e mental contribuindo para a sua recuperação e reabilitação.
A avaliação e o tratamento fisioterapêutico do paciente com asma é baseado na situação clínica do momento. Dentre os principais pontos a serem considerados na avaliação, devem-se determinar o padrão ventilatório e a expansibilidade torácica, investigar a presença ou acúmulo de secreções brônquicas, observar os distúrbios posturais e investigar a qualidade de vida. Com os dados clínicos, pode-se traçar um plano de tratamento adequado para cada paciente.
                                                                        
  Na UTI:
Segundo as DIRETRIZES BRASILEIRAS de VENTILAÇÃO MECÂNICA 2013 sugere que o ventilador mecânico utilize os seguintes parâmetros:
 Modalidade: PCV ou VCV;
  Volume corrente: 6 ml/kg peso predito (inicialmente);
  Pressão inspiratória máxima: < 50cmH2 O;
 Pressão de platô: < 35cmH2 O;
 Auto-PEEP: < 15cmH2 0
 Frequência respiratória: 8-12/min.
 Fluxo: necessário para manter tempo expiratório suficiente para terminar expiração; 60-100L/min (VCV); Livre (PCV)
 FiO2 : Necessário para manter SpO2 >92%; PaO2 >60mmHg
 PEEP: baixa (3-5cmH2 O); em casos selecionados e com monitorização adequada a PEEP pode ser usada em valores superiores pelo efeito mecânico em abrir as pequenas vias aéreas

                   MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE E REDUÇÃO DE HIPERINSUFLAÇÃO

Recomendação: Os pacientes asmáticos em ventilação mecânica devem ser monitorizados periodicamente com o objetivo de identificar hiperinsuflação alveolar (pressão de platô e a PEEP intrínseca) e cálculo da resistência de vias aéreas. A pressão de pico não é uma medida representativa de hiperinsuflação alveolar.
Recomendação: Utilizar VC de 5-6 ml/kg peso predito. Em casos de hiperinsuflação refratárias às medidas convencionais, considerar volumes inferiores a 5ml/Kg e f mais baixas (10-12 rpm) visando evitar hiperinsuflação alveolar. Esta estratégia poderá levar a hipercapnia, que deve ser monitorizada para se manter PaCO2 < 80 mmHg e pH > 7,20. (hipercapnia permissiva)
 Sugestão: Pode-se utilizar PEEP, como estratégia de redução da hiperinsuflação alveolar. Nesse caso, sugere-se ventilar o paciente em PCV com Pressão de Distensão≤ 15 cm H2 O. Ao se aumentar a PEEP, se ocorrer aumento do volume expiratório, isto sugere redução da hiperinsuflação alveolar ou desinsuflação.
 Recomendação: Monitorizar a mecânica ventilatória em caso de instabilidade hemodinâmica  visando identificar se há auto-PEEP, a fim de reajustar parâmetros para melhora da hemodinâmica.
  Recomendação: Solicitar radiografia de tórax em caso de instabilidade hemodinâmica , pelo risco de pneumotórax.
                                                               

 Recomendação: A retirada da ventilação deve ser iniciada tão logo haja controle do broncoespasmo e da hiperinsuflação alveolar.
 Sugestão: O paciente asmático pode ser extubado sob sedação leve.
 Sugestão: Em casos de dificuldade de progredir o desmame ventilatório, avaliar possibilidade de fraqueza da musculatura ventilatória por polineuropatia associada ao uso de corticoide e curare.
                                                                CONDUTAS:       
1. Manobras de Higiene Brônquica:
  -Drenagem Postural;
 -Percussão e Vibração ;

2. Terapia de Expansão Pulmonar:
 - CPAP/ Bilevel
3. Aspiração
                                                                Na Enfermaria:
  - Durante as crises é importante orientar postura adequada, técnica para respiração e, sobretudo tentar amenizar a ansiedade.
 -Durante a crise não se deve tentar modificar o ritmo respiratório ou aplicar técnicas para expectorar, pois existe o perigo de agravar o broncoespasmo.
-Imediatamente após a crise, quando há melhora do broncoespasmo, a tosse começa a ser produtiva. Logo, precisamos insistir no controle da respiração, diminuindo a frequência e prolongando o tempo expiratório. Devemos ainda, facilitar a eliminação de secreções e em alguns casos, massagem de relaxamento (cervical e cintura escapular) pode ajudar.
  - A Fisioterapia ainda poderá contar com recursos terapêuticos tais como, uso de pressão positiva (CPAP e Bilevel; ventilação não invasiva) e fluidificadores. Além disso, o posicionamento no leito, manobras de deslocamento brônquico e desinsuflativas são de vital importância.(Técnica de Expiração Forçada- TEF; flutter; Tosse Dirigida, Espirometria de Incentivo)
                                                                   Ambulatorial:
1.Terapias Posturais
     -Reeducação Postural Global (RPG)
     -Reequilíbrio Tóraco-Abdominal (RTA)
2. Treinamento Muscular Inspiratório (TMI)
Dentre as técnicas existentes, destacam-se a Inspiração com carga alinear pressórica (Inflex®e Pflex®) e a Inspiração com carga linear pressórica (Threshold®).
3. Orientar o paciente quanto a ansiedade.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

O Triste fim das técnicas e manobras de higiene brônquica

O Triste fim das técnicas e manobras de higiene brônquica

Créditos: BLOG PHYSIO CURSOS SP

Texto desenvolvido por:
Dr. Anderson José

Diretor Presidente da Iapes : @intensivistaxavier
As manobras de higiene brônquica sempre estiveram intimamente ligadas à história da fisioterapia. Um dos primeiros relatos publicados na literatura remete ao ano de 1901, com um trabalho relatando o uso da drenagem postural em pacientes com bronquiectasia, publicado na prestigiada revista The Lancet.(1

Desde então até nossos dias, muitas outras técnicas, manobras e recursos foram desenvolvidos e aplicados na prática clínica com o objetivo de deslocar, mobilizar, fluidificar e/ou eliminar as secreções acumuladas nas vias aéreas de pacientes com doenças respiratórias.

Estas manobras de higiene brônquica (MHB), em alguns casos, divergem completamente entre si, partindo de princípios físicos fundamentalmente diferentes e, outras vezes, são extremamente semelhantes e parecem diferir apenas no nome.

Com o advento da chamada medicina baseada em evidências, que teve como marco a publicação da obra “Effectiveness and Efficiency” de Archie Cochrane em 1972,(2) tanto a drenagem postural, quanto outras desenvolvidas até então, precisaram passar pelo escrutínio do método cíentífico. A simples observação empírica já não sustentava mais a utilização clínica de qualquer conduta terapêutica. Infelizmente, a fisioterapia não acompanhou a escalada científica que a medicina adotou passou a adotar a partir de então.

Os primeiros passos a caminho do reconhecimento científico começaram a ser dados há pouco tempo. Dispomos atualmente somente de alguns ensaios clínicos randomizados e de boa qualidade metodológica sobre as MHB, que geraram revisões sistemáticas e guidelines.

Resumidamente, o Guideline  da American Association of Respiratory Care (3) informa que “As MHB não são recomendadas para tratamento de pneumonias, pacientes com DPOC, pós operatórios e qualquer paciente capaz de mobilizar secreção por meio da tosse.”

Uma revisão sistemática, publicada na importante revista “Respiratory Care” conclui que “há uma limitada evidência da efetividade das técnicas de higiene brônquica e que estas conferem de zero a pequenos benefícios em somente alguns desfechos clínicos.” (4)

O Guideline do American College of Chest Physicians afirma que “os estudos disponíveis apresentam graves limitações metodológicas, os efeitos a longo prazo não são avaliados, a comparação entre as técnicas com a tosse isoladamente não é conhecida e que quando equipamentos são utilizados, eles apresentam o mesmo efeito que uma manobra.” (5)

Dean Hess, reconhecido pesquisador, nos apresenta uma frase bastante contundente sobre as MHB: “Há uma carência de evidências de alto nível para apoiar qualquer técnica de depuração de secreção.”(6)

Em síntese, é necessário coragem para quebrarmos velhos paradigmas e guiarmos nossa assistência clínica baseada nas evidências. É preciso desapego à condutas baseadas em crenças pessoais e observações clínicas sem método científico. Somente assim, nossa atuação será realmente eficaz, proporcionando reais benefícios aos pacientes e reconhecimento profissional.

Vale ressaltar que os estudos citados acima são desfechos apresentados para a população adulta, uma vez que a aplicabilidade dessas técnicas para a população pediátrica é bem diferente.

Referências
  1. Cantab MD et al. The Lancet 1901;158:70-72
  2. Cochrane A. http://www.nuffieldtrust.org.uk/sites/files/nuffield/publication/Effectiveness_and_Efficiency.pdf. Visualizado em 23/11/2016.
  3. Strickland et al. Resp Care 2013;58(12):2187-93.
  4. Andrews J et al. Respir Care. 2013;58(12):2160-86.
  5. McCool 2006. Chest;129:250S–259S.
  6. Hess D. Resp Care 2001;46(11):1276-93.

Texto desenvolvido por:
Dr. Anderson José
Fisioterapeuta e Administrador de Empresas, especialista em fisioterapia aplicada à pneumologia, mestre, doutor e pós doutorando em Ciências da Reabilitação.
Docente e supervisor do Curso de Especialização em Fisioterapia Intensiva - Physio Cursos 
Tem experiência na docência, pesquisa e assistência como professor titular da Universidade Nove de Julho e Fisioterapeuta supervisor do curso de especialização em fisioterapia respiratória da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Atua nos seguintes áreas: reabilitação pulmonar, reabilitação domiciliar, fisioterapia respiratória e ventilação mecânica

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

SUPORTE VENTILATÓRIO NÃO INVASIVO (VNI) - DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA – 2013



SUPORTE VENTILATÓRIO NÃO INVASIVO (VNI).
Pós graduanda:Luciana Alcântara 
Coordenador da pós graduação Iapes: Daniel Xavier @intensivistaxavier
 


Ventilação Não Invasiva utiliza uma pressão inspiratória para ventilar o paciente através de interface naso-facial  (IPAP e ou PSV) e uma pressão positiva expiratória para manter as vias aéreas e os alvéolos abertos para melhorar a oxigenação (EPAP e ou PEEP). No modo CPAP é administrado ao paciente através da interface naso-facial somente uma pressão expiratória final contínua nas vias aéreas (CPAP) e a ventilação do paciente é feita de forma totalmente espontânea.

Quando Iniciar a VNI
Recomendação: Em não havendo contraindicação (Quadro 1) os pacientes com incapacidade de manter ventilação espontânea (Volume minuto > 4 lpm, PaCO2 < 50 mmHg e pH > 7,25) devem iniciar uso de VNI com dois níveis de pressão, com a pressão inspiratória suficiente para manter um processo de ventilação adequada, visando impedir a progressão para fadiga muscular e/ou parada respiratória.

Quando Descontinuar a VNI
 O uso de VNI deve ser monitorado por profissional da saúde à beira-leito de 30 minutos a 2 horas. Para ser considerado sucesso, deve ser observado diminuição da f, aumento do VC, melhora do nível de consciência, diminuição ou cessação de uso de musculatura acessória, aumento da PaO2 e/ou da SpO2 e diminuição da PaCO2 sem distensão abdominal significativa. Quando não há sucesso, recomenda-se imediata IOT e ventilação invasiva. Espera-se sucesso na população hipercápnica com o uso da VNI em 75% dos casos, e nos hipoxêmicos  em cerca de 50%.

1. VNI na exacerbação da Asma
Sugestão: A VNI pode ser utilizada em conjunto com terapia medicamentosa para melhorar à obstrução ao fluxo aéreo e diminuir esforço respiratório em pacientes em crise asmática moderada e acentuada.

2. VNI na exacerbação aguda do DPOC
Recomendação: Deve-se usar VNI no tratamento da DPOC agudizada para diminuir a necessidade de intubação (risco relativo de 0,41 [IC 95% 0,33-0,53]), diminuição do tempo de internação no hospital e diminuição da mortalidade com um RR de 0,52 (IC de 95% 0,35-0,76).

3. Edema agudo de pulmão cardiogênico
Recomendação: Deve-se usar VNI (BIPAP com EPAP 5-10 e IPAP até 15 cm H2O) e ou CPAP de 5 a 10 cmH20 nos pacientes com Edema Agudo de Pulmão de origem cardiogênica visando diminuir a necessidade de intubação endotraqueal (RR de 0,53 [IC 95% 0,34-0,83]) e redução na mortalidade hospitalar (RR de 0,6 [IC 95% 0,45-0,84]).

4. VNI Na SARA
Sugestão: Pode-se utilizar a VNI na SARA, especialmente nos casos de SARA Leve, com os cuidados de se observar as metas de sucesso de 0,5 a 2 horas. No caso de não sucesso evitar retardar a intubação. Recomendação: Na SARA Grave evitar utilizar VNI, devido à alta taxa de falência respiratória e necessidade de IOT, especialmente em pacientes com PaO2/FIO2 < 140 e SAPS II > 35 .

5. VNI na Pneumonia Adquirida na Comunidade Grave (PAC grave):
Sugestão: Pode-se utilizar a VNI em PAC grave com insuficiência respiratória hipoxêmica, especialmente nos portadores concomitantes de DPOC com os cuidados de se observar as metas de sucesso de 0,5 a 2 horas. No caso de não sucesso evitar retardar a intubação.

6. VNI em Pós-Operatório
Recomendação: A VNI para Tratamento da IRpA no pós-operatório imediato de cirurgia abdominal e torácica eletivas deve ser utilizada estando associado à melhora da troca gasosa, redução de atelectasias e diminuição do trabalho respiratório, além de diminuição da necessidade de IOT e possivelmente da mortalidade. Deve ser utilizada com cautela, respeitando-se as limitações e contra indicações para sua utilização. Sugestão: Em cirurgias esofágicas pode-se usar VNI para se evitar IRpA, mantendo-se pressões inspiratórias mais baixas (EPAP < 8 e IPAP < 15). A mesma sugestão vale para Cirurgia Torácica, Cirurgia Abdominal, Cirurgia Cardíaca, e Cirurgia Bariátrica.

7. Broncoscopia
Sugestão: A VNI pode ser utilizada durante e após a broncoscopia visando diminuir o risco de complicações associadas ao procedimento em pacientes com hipoxemia grave refratária, insuficiência respiratória pós-operatória, ou DPOC grave. Cuidados especiais devem ser utilizados após procedimento de biópsia trasnbrônquica mantendo-se as pressões de vias aéreas abaixo de 20 cmH20 e realizando RX de tórax se descompensação clínica do paciente e após cerca de 6 horas do procedimento para verificação de possível ocorrência de pneumotórax.

8. VNI noTrauma Torácico
A VNI está contraindicada nos pacientes com lesão das vias aéreas superiores, na presença de instabilidade hemodinâmica e no TCE grave. Recomendação: Em pacientes com trauma torácico isolado a aplicação precoce de VNI é capaz de melhorar as trocas gasosas, prevenir a IOT, reduzir o tempo de estadia na UTI e complicações.

9. Pós-extubação
Recomendação: A VNI deve ser utilizada visando encurtar a duração da ventilação invasiva (ação facilitadora da retirada da VNI), reduzir a mortalidade, diminuir as taxas de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), gerando menos dias internação de UTI e hospitalar na população de pacientes DPOC hipercápnicos. Recomendação: Usar VNI imediatamente após a extubação nos pacientes de risco para evitar Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA) e reintubação (ação profilática). Recomendação: Evitar o uso da VNI após novo quadro de insuficiência respiratória instalada (ação curativa).











  
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA – 2013. http://itarget.com.br/newclients/sbpt.org.br/2011/downloads/arquivos/Dir_VM_2013/Diretrizes_VM2013_SBPT_AMIB.pdf Acesso em 03 de novembro de 2016 as 23:44.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Monitorização hemodinâmica na UTI

Resenha: Monitorização hemodinâmica na UTI 

Orientação: @intensivistaxavier

Pós graduanda: Gleina Silva de Carvalho

  A monitorização de funções vitais e uma das mais importantes e essenciais ferramentas  no manuseio em pacientes críticos em UTI hoje é possível detectar e analisar uma grande variedades  de sinais fisiológicos através de  diferentes técnicas invasivas e não invasivas o intensivista deve ser capaz de selecionar e executar o método  de monitorização mais apropriado de acordo com as necessidades individuais dos pacientes a monitorização hemodinâmica (MH) é um importante elemento do cuidado com o paciente gravemente enfermo. O conhecimento da função cardiovascular, o seguimento das intervenções terapêuticas e a necessidade de diagnóstico diferencial tornam as técnicas de MH um componente fundamental para o desfecho desses pacientes.
Monitorização hemodinâmica invasiva com o uso do cateter de artéria pulmonar ainda é um dos procedimentos fundamentais em UTI. O cateter de artéria pulmonar permite a monitorização de pressões na circulação pulmonar, do fluxo sanguíneo e da saturação venosa mista, além de fornecer dados para estimar o desempenho cardíaco e julgar a adequação do sistema cardiocirculatório. Informações obtidas de maneira cuidadosa e correta são a base para a apropriada avaliação hemodinâmica que habitualmente afeta a decisão terapêutica inicial. Os pacientes em emergências hipertensivas, estados de choque, em uso de aminas vasoativas, vasodilatadores, vasopressores ou inotró- picos. Outra indicação é a necessidade da obtenção frequente de amostras de sangue para gasometria, como no paciente com insuficiência respiratória e grave anormalidades do equilíbrio ácido-base. Ainda deve ser realizada em pacientes em intra e pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca e neurológica ou outras condições nas quais não se pode tolerar hipotensão ou variações bruscas da PAM, como durante a monitorização da PIC e em pacientes em uso de balão intra aórtico A monitorização invasiva da pressão arterial tem maior acurácia que a medida não invasiva nas situações já citadas. Vale ressaltar que a monitorização hemodinâmica não invasiva são fundamental observar ecocardiograma acesso tamanho das câmaras contratilidade ventricular função valvar pressão artéria pulmonar débito cardíaco, oximetria de pulso pressão arterial medidas continuas da PVC bulbo jugular. A monitorização hemodinâmica é utilizada para o diagnóstico, para terapêutica e, até mesmo, para fazer um prognóstico com os dados obtidos. Sua finalidade é reconhecer e avaliar os possíveis problemas, em tempo hábil, com o objetivo de estabelecer uma terapia adequada imediata. A monitorização hemodinâmica não invasiva tem como objetivo reduzir as complicações associadas às técnicas utilizadas na monitorização hemodinâmica invasiva. Sua escolha se deve pelas suas características Processo menos invasivo facilidade de manuseio, relação custo-benefício na utilização dos procedimentos invasivos na UTI; confirmação por exames complementares. As variáveis fisiológicas comumente monitorizadas pelo método não invasivo são: pressão sanguínea arterial; frequência cardíaca, temperatura, frequência respiratória, eletrocardiograma, monitorização respiratória não-invasiva; avaliação neurológica não-invasiva Monitorização eletrocardiográfica Serve para a medição da frequência e do ritmo cardíaco. Detecta arritmias, sinal do marcapasso e isquemia cardíaca Refletem-se à pressão que o sangue exerce dentro das artérias. A pressão arterial depende da força de contração do ventrículo e da quantidade de sangue lançada pelo coração em cada contração a força de contração depende da capacidade cardíaca de bombear o sangue, e quanto maior esta capacidade, maior quantidade de sangue será ejetado; a pressão arterial é diretamente proporcional ao produto do débito cardíaco e da resistência vascular periférica. A pressão arterial sistólica é a pressão correspondente ao final da sístole, determinada pelo volume sistólico ventricular esquerdo, pela velocidade de ejeção e elasticidade da parede aórtica a pressão arterial diastólica corresponde ao relaxamento do ventrículo. Estabelece-se pela resistência periférica e frequência cardíaca.
Conclui-se o presente estudo indica que os médicos com mais de 5 anos de trabalho em unidades de terapia intensiva são os que mais utilizam a monitorização hemodinâmica. Os recursos estão disponíveis com maior frequência em hospitais privados do que nos públicos. As variáveis pressóricas são as mais utilizadas, porém, o débito cardíaco foi considerado a mais importante. O ecocardiograma e o cateter de artéria pulmonar foram os métodos de monitorização mais utilizados, mas o cateter de artéria pulmonar ainda é considerado como o mais confiável.
Aluna: Pós  graduanda Gleina Silva de Carvalho
Orientador: Daniel Xavier

Referencias Bibliográficas
DIAS, Fernando Suparregui et al. Parte II: monitorização hemodinâmica básica e cateter de artéria pulmonar. Rev bras ter intensiva, v. 18, n. 1, p. 63-77, 2006
Swan HJ, Ganz W, Forrester J, Marcus H, Diamond G, Chonette D. Catheterization of the heart in man with use of a flow-directed balloon-tipped catheter. N Engl J Med. 1970 Aug 27;283(9):447-51
GRANDE, Rosângela Alves et al. PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA E DESMAME EM PACIENTES PEDIÁTRICOS CRÔNICOS ATRAVÉS DE MONITORIZAÇÃO NÃO INVASIVA. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 10, n. Suplemento, p. 171-171, 2006.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Câncer de Pulmão

Câncer de Pulmão

Orientador: Daniel Xavier @intensivistaxavier

Pós graduando: Gerdean Serafim de Araújo

Pós Graduação em Fisioterapia Intensiva – IAPES – Fcecon

Câncer é compreendido como um grupo de patologias malignas que se caracterizam por anormalidades do crescimento e descontrole celular, modificando o material genético.
Os tumores de pulmão normalmente dividem-se em tumor de pequenas células e o de não-pequenas células. Os tumores de pequenas células se dividem e crescem mais rapidamente e, com frequência, quando é realizado o diagnóstico, já se disseminou para os gânglios linfáticos e/ou outros órgãos, enquanto os tumores de não-pequenas células tem um crescimento e disseminação mais lento.
Tumores de localização central produzem sintomas como tosse, sibilos, roncos, dor no tórax, escarros hemópticos, dispnéia e pneumonia. Os de localização periférica são geralmente assintomáticos. Quando eles invadem a pleura ou parede torácica, apresenta dor, tosse, dispnéia do tipo restritivo, ou seja, pouca expansibilidade pulmonar.
Como fatores de risco ao Câncer de Pulmão, tem-se agentes químicos ambientais e ocupacionais (como amianto, asbesto, níquel, entre outros), predisposição genética, repetidas infecções pulmonares, tuberculose, deficiência ou excesso de vitamina A, tabagismo passivo, e principalmente o tabaco. Na maioria das populações, os casos de câncer do pulmão tabaco-relacionados representam de 80% até 90% dos casos desse câncer, pois a fumaça do cigarro tem mais de 40 agentes carcinogênicos.
No Brasil cerca de 27.630, pessoas sendo 17.800 homens e 9.830, mulheres pode ter câncer. Atualmente, o câncer de pulmão é o que mais mata entre os cânceres no nosso país, representando um total de 13% entre todas as mortes por câncer.
Devido às dificuldades de diagnóstico precoce, e também pela falta de conhecimento dos pacientes, o câncer de pulmão passa a ser uma das neoplasias que apresenta a menor taxa de cura. O diagnóstico ocorre por meio de radiografias de tórax, TC, RNM, citologia do escarro, broncofibroscopia, biópsia e toracocentese.
Existem três tipos de tratamento: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. No estágio I, o câncer está restrito somente em uma parte do pulmão e deve ser operado e removido, com chance de cura de até 75%; no estágio II, o tumor se disseminou para os gânglios linfáticos ou tecidos próximos; no estágio III houve uma disseminação mais extensa dentro do tórax; no estágio IV o câncer se disseminou para outras partes do corpo, órgãos e/ou estruturas.
Nos estágios, II e III, a quimioterapia e a radioterapia devem ser associadas, com uma chance de cura de 30%. No estágio IV a quimioterapia é o tratamento de escolha, entretanto as chances de cura são bastante reduzidas.
Hoje, duas situações predominam no tratamento do câncer: de um lado, a cura completa, sem sequelas físicas e/ou funcionais, de outro, o que se observa é a necessidade de um tratamento mais agressivo que pode deixar limitações funcionais significativas. Neste segundo caso, o principal objetivo é proporcionar uma boa qualidade de vida para estes pacientes, sendo cada vez mais necessário o envolvimento ativo de uma equipe multidisciplinar.
A fisioterapia em pacientes e ex-pacientes com câncer tem como objetivo melhorar ou manter sua condição física e também psicológica, estando ou não em tratamento quimioterápico e/ou radioterápico. O tratamento fisioterapeutico se inicia desde a fase de internação hospitalar (UTI e enfermaria), e se estende até a fase ambulatorial.
Entre as condutas de tratamento, estão empregados exercícios cinésiorrespiratórios, que visam a melhora da ventilação e expansão pulmonar e alívio da dispnéia, manobras respiratórias, terapia manual, exercícios de fortalecimento para membros inferiores e superiores, visto que a maioria dos pacientes com doenças pulmonares apresentam encurtamento da musculatura de membros superiores por utilizarem como auxílio na mecânica respiratória.
O treinamento dos membros inferiores, promovem o aumento da tolerância ao exercício, redução da ventilação durante a atividade e da acidose láctica, além do aumento da capacidade oxidativa dos músculos.




terça-feira, 29 de novembro de 2016

Fisioterapeuta da Fcecon Dr Daniel Xavier recebe título de pos doutorado de universidades norte americanas

Prof.Dr.Daniel Xavier, coordenador do servico de Fisioterapia da Fcecon de Manaus recebe certificação internacional de POS DOUTORADO em fisioterapia e fisioterapia em oncologia

O especialista é o primeiro de Manaus a receber uma certificação internacional de duas universidades norte americanas  a UNilogos University /Flórida-Usa e pela FCE- California University -Usa, pelos trabalhos desenvolvidos nas áreas de fisioterapia intensiva e fisioterapia em oncologia.   

 O fisioterapeuta Daniel Xavier atua, com pacientes oncológicos desde o ano 2O01 e em Manaus, o profissional começou a desenvolver seu trabalho a partir de 2005, quando inaugurou o Centro de Terapia Intensiva (CTI), na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), onde hoje é responsável por coordenar o serviço de fisioterapia daquele setor . Daniel Xavier também é o fisioterapeuta responsável pelo serviço de fisioterapia em oncopediatria do GAAC-Grupo de apoio a criança com câncer do Amazonas, onde após implantar o serviço, atua em caráter voluntário na reabilitação das crianças portadoras de neoplasias.
Além disso o Dr Daniel Xavier foi o incentivador e idealizador do projeto EMOBIL (Early Mobilization), entidade sem fins lucrativos que visa a criação de artefatos funcionais de baixo custo para ambientes hospitalares e para a unidade de tratamento intensivo.

No último sábado (26), Daniel recebeu os títulos de Pós Doctor em Physical Therapy e pos doctor in Oncological PhysicalTherapy das mãos do reitor da Logos University/USA Flórida e diretor da Faculdade da Califórnia (FCE), o professor Dr. Gabriel Lopes.

A banca contou com nomes importantes da terapia intensiva nacional e regional , entre eles o Dr Odir Filho, coordenador da uti da fcecon. Além da presença da D Oriona Oshe , diretora do GAMMA Manaus. Com isso a uti da Fcecon além de já ser referencia no Estado , passa a contar com um dos maiores especialistas em fisioterapia em oncologia do Brasil é um dos poucos fisioterapeutas com pós doutorado do Amazonas.


Insta: @intensivistaxavier

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Materiais de baixo custo produzidos por fisioterapeutas auxiliam na reabilitação de pacientes oncológicos da FCecon

Materiais de baixo custo produzidos por fisioterapeutas auxiliam na reabilitação de pacientes oncológicos da FCecon


A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), passou a utilizar, há algumas semanas, um novo método de assistência fisioterápica em pacientes em recuperação na sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e cujos resultados têm surpreendido especialistas da área. Trata-se da utilização de aparelhos funcionais de baixo custo, que têm por objetivo reduzir a morbidade e a mortalidade de portadores de câncer em recuperação pós-cirúrgica – na maioria dos casos –, internados no setor. O resultado é mais qualidade de vida no período pós-alta hospitalar.
A instituição, considerada referência em cancerologia na Amazônia Ocidental, será a primeira do SUS a implantar esse tipo de programa no Norte do País, ressaltou o diretor-presidente da unidade hospitalar, Marco Antônio Ricci. Ele explica que a confecção dos utensílios ficou a cargo de um grupo de alunos de pós-graduação em Fisioterapia Intensiva do Instituto de Aprimoramento e Ensino em Saúde (Iapes), sob a orientação do coordenador do Serviço de Fisioterapia da UTI da FCecon e do Iapes-Manaus, Daniel Xavier.

De acordo com Xavier, os aparelhos foram doados à unidade hospitalar. A maior parte deles, foi produzida com materiais recicláveis, como PVC e garrafas PET. Através dos aparelhos, os pacientes acamados, que têm a mobilidade reduzida, podem se movimentar com mais facilidade, com o apoio dos fisioterapeutas. “O método auxilia na recuperação dos pacientes, já que ajuda a preservar e restaurar a integridade, melhora a funcionalidade e previne certos distúrbios e complicações, como as musculares, respiratórias, motoras e circulatórias”, destacou Xavier.
A iniciativa faz parte do projeto EMOBIL (Early Mobilization), sem fins lucrativos. A ideia, de acordo com ele, é que, futuramente, esse tipo de assistência seja estendida para enfermarias, ambulatório e home care (atendimento domiciliar)


Saiba mais sobre o projeto
Os projetos construídos até o presente momento têm acrescentado benefícios diretos aos pacientes, dentre ele estão o ANDA (Aparato Neurodinâmico para Deambulação Assistida), invenção do renomado Fisioterapeuta Dr. Tom Carvalho. O ciclo ergômetro de PVC e o andador de PVC foram projetados pelo Fisioterapeuta e aluno da IAPES Rodrigo Augusto Braga.
Daniel Xavier destaca que as órteses de membros inferiores, feitas com garrafas plásticas e EVA (espuma venílica acetinada) foram idealizadas pela fisioterapeuta e também pós-graduanda da IAPES, Lidiane Rabelo, todos profissionais da cidade de Manaus. O uso da DASBEL (Dispositivo Auxiliar de Sedestação Beira Leito) também está presente nas confecções do EMOBIL, ideia inovadora de um grupo de Fisioterapeutas da cidade de São Paulo.
A expansão deste conceito torna-se de fundamental importância para o aprimoramento de técnicas e atendimentos, uma vez que o principal favorecido será o paciente. A facilidade na execução destes artefatos, gera verdadeira mobilização entre os profissionais, ampliando a visão de suas terapêuticas e, consequentemente, sua criatividade”, concluiu.

http://www.fcecon.am.gov.br/materiais-de-baixo-custo-produzidos-por-fisioterapeutas-auxiliam-na-reabilitacao-de-pacientes-oncologicos-da-fcecon/

terça-feira, 22 de novembro de 2016

EDEMA AGUDO DE PULMAO

INSTITUTO AMAZONENSE DE APRIMORAMENTO E ENSINO EM SAÚDE -  IAPES ENSINOS
  

Autor: ADRIANA PEREZ OLIVEIRA
Coordenador: Daniel Xavier



 EDEMA AGUDO DE PULMÃO




INTRODUÇÃO
   
    O edema agudo de pulmão (EAP) se caracteriza por ser um acúmulo súbito e anormal de líquido nos espaços extravasculares  do  pulmão.  A EAP ocorre com frequência nas unidades de terapia intensiva e também percebe-se que é uma das síndromes cardiorrespiratórias mais dolorosas quando comparada com as demais.  Sua causa na maioria das  vezes  é  consequente  à  insuficiência  cardíaca  esquerda,  sendo que a elevação  da  pressão  no  átrio  esquerdo  e  capilar  pulmonar  pode ser considerada como o principal  fator  responsável  pela transudação de  líquido para o interstício e  interior dos alvéolos, com  interferência  nas trocas gasosas  pulmonares  e  redução  da  pressão  parcial  de  oxigênio  no sangue  arterial  (PORTO, 2000).


FISIOPATOLOGIA

   
    O  edema  agudo  de  pulmão ocorre devido ao  desequilíbrio  entre  a  pressão hidrostática  capilar  elevada  e  a  pressão  intersticial normal,  quando ocorre o extravasamento do liquido, o mesmo  já  não  pode  ser  removido  adequadamente  pelo  sistema  linfático  pulmonar, esse processo decorre do aumento da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo . Essa síndrome  pode  ocorrer   por   outros   mecanismos   quando   não relacionado à falência cardíaca, como o aumento da permeabilidade dos capilares pulmonares, observado  na  síndrome  do  desconforto  respiratório  agudo,  ou  nos  casos  em  que  a  pressão coloidosmótica   intravascular   está   intensamente   reduzida, o que gera um aumento   da   pressão   negativa intersticial  (após  drenagem  torácica),  insuficiência  linfática  (pós-transplantes),  linfangite fibrosantes  ou  fenômenos  não  explicados,  como  edema  pulmonar  neurogênico,  devido  a grandes altitudes, pós-cardioversão e a superdose de narcóticos . Em consequência   do   edema   (intersticial   e   brônquico),   ocorre a diminuição   da complacência pulmonar e o aumento da resistência nas vias aéreas, com isso sobrevém as alterações de troca  gasosa e a geração de altas pressões negativas intrapleurais, decorrente temos a elevação da pressão transmural do ventrículo esquerdo (VE) e da sua pós-carga. Quando ocorre a redução do débito cardíaco no edema agudo de pulmão, consequentemente diminui-se a oferta de oxigênio para a musculatura respiratória. Já com relação a atividade  simpática,  podemos observar um ligeiro aumento. No entanto  em  situações graves  pode  causar hipertrofia  de  miócitos  e  necrose,  redução  de  receptores  beta-1-adrenérgicos,  depleção  de terminais nervosos e comprometimento da função sistólica e diastólica. O  comprometimento  da  musculatura  respiratória  nesses  pacientes piora  com  a  dispnéia  aos  esforços  e,  nos  quadros  agudos,  com  a  fadiga muscular, que frequentemente associa-se com retenção de CO2 (KNOBEL,2004).


ETIOLOGIA


    Várias podem ser as causas da EAP, sendo que as mais comuns são a insuficiência ventricular esquerda, a obstrução da valva mitral, arritmias cardíacas, hipervolemia, insuficiência cardíaca congestiva descompensada, infarto agudo do miocárdio (IAM), cardioversão elétrica e crise hipertensiva. Suas causas também podem ser dividas em duas partes. A primeira seria a das causas secundárias, a cardiopatias e a segunda as causas não relacionadas a cardiopatias. As causas secundárias a cardiopatias podem ser, a isquemia miocárdica aguda, hipertensão arterial sistêmica (HAS), valvulopatia, miocardiopatia primária, cardiopatias congênitas, mixoma atrial. Já as causas não-relacionadas a cardiopatias temos a lesão encefálica ou hemorragia intracraniana (neurogênica) e a feocromocitoma ( MACIEL, 2009)


SINAIS E SINTOMAS


    Os sinais e sintomas característicos são dispnéia, ortopnéia, tosse, escarro de cor rósea e espumoso. Normalmente o paciente apresenta-se ansioso, agitado, sentado com membros inferiores pendentes e utilizando intensamente a musculatura respiratória acessória, suas asas nasais estão dilatadas, há retração intercostal e de fossa supraclavicular. A pele e mucosas desse paciente tornam-se frias, acinzentadas, às vezes, pálidas e cianóticas, com sudorese fria sistêmica. O mesmo pode relatar dor subesternal irradiada para pescoço, mandíbula ou face medial de braço esquerdo em casos de isquemia miocárdica. Com relação ao exame físico, pode-se constatar taquicardia, ritmo de galope, B2 hiperfonética, pressão arterial elevada ou baixa (choque cardiogênico), estertores subcreptantes inicialmente nas bases tornando-se difusos com a evolução do quadro. Se houver a presença de roncos e sibilos difuso há indícios de broncoespasmo secundário. Deve-se levar em consideração que o quadro clínico pode agravar progressivamente culminando com insuficiência respiratória, hipoventilação, confusão mental e morte por hipoxemia (PORTO, 2000).


TRATAMENTO

    A EAP possui diversas opções de tratamento, sendo assim uma das que se destacam é a oxigenioterapia, que consiste na administração de oxigênio suplementar com o intuito de elevar ou manter a saturação de oxigênio acima de 90%, corrigindo os danos da hipoxemia. O paciente deve receber oxigênio suplementar por máscara facial aberta com fluxo inicial de 5 a 10 L/ min, com objetivo primário de aumentar a quantidade de oxigênio carreado pelo sangue aos tecidos. Outra opção é a ventilação não-invasiva (VMNI) a qual proporciona a redução da pré e pós-carga promovendo a melhora da contratilidade do ventrículo esquerdo, a mesma aumentará a complacência pulmonar recrutando alvéolos pulmonares previamente colabados, elevando assim a ventilação alveolar e reduzindo o trabalho respiratório. Possuímos também a alternativa das máscaras nasais e a da ventilação mecânica não invasiva contínua (CPAP), que consiste na aplicação de uma pressão positiva única durante todo o ciclo respiratório, devendo ser iniciada com a pressão entre 5 e 10 cmH2O, a qual pode ser aumentada até 12,5 cmH2O. No entanto essa modalidade possui outra escolha, que seria a de ventilação em binível pressórico (BPAP) que utiliza a alternância de uma pressão positiva menor durante a expiração e maior durante a inspiração, para reduzir o trabalho respiratório do paciente de uma forma direta, com a pressão inicial entre 8 e 10 cmH2O, podendo ser aumentada até 12,5 cm H2O. Contudo sempre devemos ressaltar a importância das contra- indicações no caso da VMNI, têm-se a instabilidade hemodinâmica, trauma facial, risco de aspiração de secreções, arritmia, isquemia e pacientes pouco colaborativos ou que não se adaptaram à máscara. Por outro lado possuímos a ventilação Invasiva que é indicada na presença do rebaixamento do nível de consciência, no aparecimento de sinais clínicos de fadiga da musculatura acessória, nos casos de hipoxemia refratária e na presença de acidose respiratória. Essa conduta pode ser tomada inicialmente em pacientes com IAM com indicação de angioplastia primária, naqueles com taquiarritmias com necessidade de cardioversão elétrica e em pacientes com choque cardiogênico. Contudo sempre antes do procedimento o paciente deve ser hiperventilado com máscara e ambú para diminuir possíveis complicações como arritmias ou piora da hipoxemia (DBVM, 2013).




REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO

Revista Brasileira de Terapia Intensiva. DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA. 2013
KNOBEL, Elias. Terapia Intensiva: pneumologia e fisioterapia respiratória. São Paulo: Atheneu, 2004.
MEIRELES COSTA LIMA. A UTILIZAÇÃO DO CPAP E BIPAP NO EDEMA AGUDO DE PULMÃO CARDIOGÊNICO. Rio de Janeiro/ 2006.
MACIEL ANDRADE MARCOS VINICIUS. Insuficiência Cardíaca. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. 2009; 93(6 supl.1): e110-e178.
NARDELLI CESAR CAIO. PADRONIZAÇÃO DA ABORDAGEM DO EAPC, NO HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS. Março/ 2006.
PORTO, CELMO CELENO. Doenças do Coração – Prevenção e Tratamento. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1998.

EDEMA AGUDO DE PULMAO

INSTITUTO AMAZONENSE DE APRIMORAMENTO E ENSINO EM SAÚDE -  IAPES ENSINOS
  

Autor: ADRIANA PEREZ OLIVEIRA
Coordenador: Daniel Xavier



 EDEMA AGUDO DE PULMÃO




INTRODUÇÃO
   
    O edema agudo de pulmão (EAP) se caracteriza por ser um acúmulo súbito e anormal de líquido nos espaços extravasculares  do  pulmão.  A EAP ocorre com frequência nas unidades de terapia intensiva e também percebe-se que é uma das síndromes cardiorrespiratórias mais dolorosas quando comparada com as demais.  Sua causa na maioria das  vezes  é  consequente  à  insuficiência  cardíaca  esquerda,  sendo que a elevação  da  pressão  no  átrio  esquerdo  e  capilar  pulmonar  pode ser considerada como o principal  fator  responsável  pela transudação de  líquido para o interstício e  interior dos alvéolos, com  interferência  nas trocas gasosas  pulmonares  e  redução  da  pressão  parcial  de  oxigênio  no sangue  arterial  (PORTO, 2000).


FISIOPATOLOGIA

   
    O  edema  agudo  de  pulmão ocorre devido ao  desequilíbrio  entre  a  pressão hidrostática  capilar  elevada  e  a  pressão  intersticial normal,  quando ocorre o extravasamento do liquido, o mesmo  já  não  pode  ser  removido  adequadamente  pelo  sistema  linfático  pulmonar, esse processo decorre do aumento da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo . Essa síndrome  pode  ocorrer   por   outros   mecanismos   quando   não relacionado à falência cardíaca, como o aumento da permeabilidade dos capilares pulmonares, observado  na  síndrome  do  desconforto  respiratório  agudo,  ou  nos  casos  em  que  a  pressão coloidosmótica   intravascular   está   intensamente   reduzida, o que gera um aumento   da   pressão   negativa intersticial  (após  drenagem  torácica),  insuficiência  linfática  (pós-transplantes),  linfangite fibrosantes  ou  fenômenos  não  explicados,  como  edema  pulmonar  neurogênico,  devido  a grandes altitudes, pós-cardioversão e a superdose de narcóticos . Em consequência   do   edema   (intersticial   e   brônquico),   ocorre a diminuição   da complacência pulmonar e o aumento da resistência nas vias aéreas, com isso sobrevém as alterações de troca  gasosa e a geração de altas pressões negativas intrapleurais, decorrente temos a elevação da pressão transmural do ventrículo esquerdo (VE) e da sua pós-carga. Quando ocorre a redução do débito cardíaco no edema agudo de pulmão, consequentemente diminui-se a oferta de oxigênio para a musculatura respiratória. Já com relação a atividade  simpática,  podemos observar um ligeiro aumento. No entanto  em  situações graves  pode  causar hipertrofia  de  miócitos  e  necrose,  redução  de  receptores  beta-1-adrenérgicos,  depleção  de terminais nervosos e comprometimento da função sistólica e diastólica. O  comprometimento  da  musculatura  respiratória  nesses  pacientes piora  com  a  dispnéia  aos  esforços  e,  nos  quadros  agudos,  com  a  fadiga muscular, que frequentemente associa-se com retenção de CO2 (KNOBEL,2004).


ETIOLOGIA


    Várias podem ser as causas da EAP, sendo que as mais comuns são a insuficiência ventricular esquerda, a obstrução da valva mitral, arritmias cardíacas, hipervolemia, insuficiência cardíaca congestiva descompensada, infarto agudo do miocárdio (IAM), cardioversão elétrica e crise hipertensiva. Suas causas também podem ser dividas em duas partes. A primeira seria a das causas secundárias, a cardiopatias e a segunda as causas não relacionadas a cardiopatias. As causas secundárias a cardiopatias podem ser, a isquemia miocárdica aguda, hipertensão arterial sistêmica (HAS), valvulopatia, miocardiopatia primária, cardiopatias congênitas, mixoma atrial. Já as causas não-relacionadas a cardiopatias temos a lesão encefálica ou hemorragia intracraniana (neurogênica) e a feocromocitoma ( MACIEL, 2009)


SINAIS E SINTOMAS


    Os sinais e sintomas característicos são dispnéia, ortopnéia, tosse, escarro de cor rósea e espumoso. Normalmente o paciente apresenta-se ansioso, agitado, sentado com membros inferiores pendentes e utilizando intensamente a musculatura respiratória acessória, suas asas nasais estão dilatadas, há retração intercostal e de fossa supraclavicular. A pele e mucosas desse paciente tornam-se frias, acinzentadas, às vezes, pálidas e cianóticas, com sudorese fria sistêmica. O mesmo pode relatar dor subesternal irradiada para pescoço, mandíbula ou face medial de braço esquerdo em casos de isquemia miocárdica. Com relação ao exame físico, pode-se constatar taquicardia, ritmo de galope, B2 hiperfonética, pressão arterial elevada ou baixa (choque cardiogênico), estertores subcreptantes inicialmente nas bases tornando-se difusos com a evolução do quadro. Se houver a presença de roncos e sibilos difuso há indícios de broncoespasmo secundário. Deve-se levar em consideração que o quadro clínico pode agravar progressivamente culminando com insuficiência respiratória, hipoventilação, confusão mental e morte por hipoxemia (PORTO, 2000).


TRATAMENTO

    A EAP possui diversas opções de tratamento, sendo assim uma das que se destacam é a oxigenioterapia, que consiste na administração de oxigênio suplementar com o intuito de elevar ou manter a saturação de oxigênio acima de 90%, corrigindo os danos da hipoxemia. O paciente deve receber oxigênio suplementar por máscara facial aberta com fluxo inicial de 5 a 10 L/ min, com objetivo primário de aumentar a quantidade de oxigênio carreado pelo sangue aos tecidos. Outra opção é a ventilação não-invasiva (VMNI) a qual proporciona a redução da pré e pós-carga promovendo a melhora da contratilidade do ventrículo esquerdo, a mesma aumentará a complacência pulmonar recrutando alvéolos pulmonares previamente colabados, elevando assim a ventilação alveolar e reduzindo o trabalho respiratório. Possuímos também a alternativa das máscaras nasais e a da ventilação mecânica não invasiva contínua (CPAP), que consiste na aplicação de uma pressão positiva única durante todo o ciclo respiratório, devendo ser iniciada com a pressão entre 5 e 10 cmH2O, a qual pode ser aumentada até 12,5 cmH2O. No entanto essa modalidade possui outra escolha, que seria a de ventilação em binível pressórico (BPAP) que utiliza a alternância de uma pressão positiva menor durante a expiração e maior durante a inspiração, para reduzir o trabalho respiratório do paciente de uma forma direta, com a pressão inicial entre 8 e 10 cmH2O, podendo ser aumentada até 12,5 cm H2O. Contudo sempre devemos ressaltar a importância das contra- indicações no caso da VMNI, têm-se a instabilidade hemodinâmica, trauma facial, risco de aspiração de secreções, arritmia, isquemia e pacientes pouco colaborativos ou que não se adaptaram à máscara. Por outro lado possuímos a ventilação Invasiva que é indicada na presença do rebaixamento do nível de consciência, no aparecimento de sinais clínicos de fadiga da musculatura acessória, nos casos de hipoxemia refratária e na presença de acidose respiratória. Essa conduta pode ser tomada inicialmente em pacientes com IAM com indicação de angioplastia primária, naqueles com taquiarritmias com necessidade de cardioversão elétrica e em pacientes com choque cardiogênico. Contudo sempre antes do procedimento o paciente deve ser hiperventilado com máscara e ambú para diminuir possíveis complicações como arritmias ou piora da hipoxemia (DBVM, 2013).




REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO

Revista Brasileira de Terapia Intensiva. DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA. 2013
KNOBEL, Elias. Terapia Intensiva: pneumologia e fisioterapia respiratória. São Paulo: Atheneu, 2004.
MEIRELES COSTA LIMA. A UTILIZAÇÃO DO CPAP E BIPAP NO EDEMA AGUDO DE PULMÃO CARDIOGÊNICO. Rio de Janeiro/ 2006.
MACIEL ANDRADE MARCOS VINICIUS. Insuficiência Cardíaca. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. 2009; 93(6 supl.1): e110-e178.
NARDELLI CESAR CAIO. PADRONIZAÇÃO DA ABORDAGEM DO EAPC, NO HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS. Março/ 2006.
PORTO, CELMO CELENO. Doenças do Coração – Prevenção e Tratamento. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1998.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Câncer de Pênis


Câncer de pênis
 
Autora: Luciana Pereira de Alcântara Melo
Coordenador: Daniel Xavier
 
 

Tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. Está relacionado às baixas condições socioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e a homens que não se submeteram à circuncisão (remoção do prepúcio, pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis). O estreitamento do prepúcio é um fator de predisposição ao câncer peniano. Estudos científicos também sugerem a associação entre infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano) e o câncer de pênis. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.

Num estudo observacional e descritivo, realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Uro-Oncologia da Fundação de Centro de Controle de Oncologia (FCECON), em Manaus, que objetivou pesquisar o perfil clínico-epidemiológico e fatores de risco que influenciaram no surgimento de CP em 34 homens atendidos naquela instituição, entre Janeiro de 2007 a novembro de 2012. Dentre os resultados, destacamos uma maior frequência da neoplasia na faixa etária entre 40-69 anos (68%), histórico de tabagismo (71%), presença de Fimose (53%), antecedente de doenças sexualmente transmissíveis (42%) e baixo nível escolar (56%). A origem étnica não foi associada a uma maior incidência. O perfil desses pacientes foi compatível, portanto, com aquele descrito na literatura.

Prevenção


Para prevenir o câncer de pênis é necessário fazer a limpeza diária com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar às crianças desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias. A cirurgia de fimose (quando a pele de prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A operação é simples e rápida e não necessita de internação. Também chamada de circuncisão, a cirurgia de fimose é normalmente realizada na infância. Tanto o homem circuncidado como o não-circuncidado reduzem as chances de desenvolver esse tipo de câncer se tiverem bons hábitos de higiene.
A utilização do preservativo é imprescindível em qualquer relação sexual, já que prática com diferentes parceiros sem o uso de camisinha aumenta o risco de desenvolver a doença. O preservativo diminui a chance de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, como o vírus HPV, por exemplo.

Sintomas


A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser uma indicação de câncer no pênis. Nestes casos, é necessário consultar um especialista. Além da tumoração no pênis, a presença de gânglios inguinais (ínguas na virilha), pode ser sinal de progressão da doença (metástase).

Detecção precoce

Quando detectado inicialmente, o câncer de pênis possui tratamento e é facilmente curado. É importante, ao fazer a higiene íntima, realizar o autoexame do pênis.

No autoexame, os homens devem estar atentos aos seguintes sinais:

·         Perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas;

·         Feridas e caroços no pênis que não desapareceram após tratamento médico e apresentem secreções e mau cheiro;

·         Tumoração no pênis e/ou na virilha (íngua);

·         Inflamações de longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.

Ao observar qualquer um desses sinais, é necessário procurar um médico imediatamente.

Exame clínico

Os exames clínicos para a detecção do câncer de pênis, entre eles a biópsia, só devem ser indicados e realizados por profissionais de saúde.

Diagnóstico


Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. No entanto, mais da metade dos pacientes demoram até um ano após as primeiras lesões aparecem para procurar o médico. Todas as lesões ou tumorações penianas, independentemente da presença de fimose (dificuldade ou incapacidade de exposição da glande, porque a pele que envolve o pênis possui um anel estreito), deverão ser avaliadas por um médico, principalmente aquelas de evolução lenta e que não responderam aos tratamentos  convencionais. Essas lesões deverão passar por biópsia (retirada de um fragmento) para análise, quando será dado o diagnóstico final.

Tratamento


O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Vai desde terapias tópicas (em estágios iniciais) até tratamento cirúrgico, seja a penectomia parcial ou radical. Também podem ser utilizadas, em casos específicos, a braquiterapia, a quimioterapia neoadjuvante e a quimioterapia exclusiva, nos casos mais avançados. Os estudos que abordam o tratamento do Câncer de Pênis são, em sua grande maioria, pequenos e não-randomizados, por se tratar de uma patologia rara. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura.

Tratamento fisioterapêutico

A fisioterapia oncológica ou oncofuncional tem como objetivo preservar, manter ou recuperar a integridade cinético-funcional de órgãos e sistemas, assim como prevenir os distúrbios causados pelo tratamento oncológico buscando o bem estar e a qualidade de vida do paciente oncológico.

A radioterapia, indicada tanto para o tratamento exclusivo da doença quanto para complementação dos outros tratamentos, pode acarretar fibrose, levando à restrição de movimento, edemas e disfunções ventilatórias, entre outras.

Diversos tipos de quimioterápicos podem causar neuropatias periféricas, fibrose pulmonar e miocardiopatias. O uso prolongado de corticóides pode resultar em quadros de miopatia e osteoporose.

A cirurgia visa não apenas a remoção do tumor, mas também dos tecidos sadios adjacentes, a fim de evitar a permanência de doença residual macro ou microscópica. Tal fato acarreta sequelas sensitivas, motoras, vasculares e respiratórias, dependendo da área afetada.

Nos atendimentos podem ser realizadas  técnicas para correção padrão respiratório, cinesioterapia ventilatória com intuito de melhorar a expansibilidade torácica, cinesioterapia motora global para reduzir edemas e diminuir os agravos de síndrome do imobilismo prolongado no leito além de manter a integridade e mobilidade das estruturas musculoesqueléticas.

Referencias Pesquisadas.

DE PAULA, Adriano; NETTO, Joaquim. [et al]“ CARCINOMA EPIDERMÓIDE DO PÉNIS”. Disponível em www.inca.gov.br

Giuseppe Figliuolo, Samuel Nuno Pereira Lima, Sebastião Pinto da Costa, Jusimara Maia da Silva, Cristiano Silveira Paiva, Jose Nilson Araújo Bezerra, Kátia Luz Torres Silva. PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO ASSOCIADO A FATORES DE RISCO DE PACIENTES COM CÂNCER DE PÊNIS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA ONCOLÓGICA EM MANAUS. Revista Brasileira de Oncologia Clínica. Vol.11, no 40 – abril/maio/junho, 2015. Disponível em: http://sboc.org.br/revista-sboc/pdfs/40/editorial.pdf



R. Damião; Jr. Mattos [et al]. “CARCINOMA DO PÉNIS –PARTE 1”. Disponível em www.projectodiretrizes.org.br

SOUSA, Nádia Maria Rodrigues; MELO, Anairtes Martins de. INTERVENÇÃO FISIOTERÁPICA EM PACIENTE COM CÂNCER DE PÊNIS NO PÓS-OPERATÓRIO DE EMASCULAÇÃO: RELATO DE CASO.. In: Anais da VII Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia DeVry Brasil. Anais... BELÉM, CARUARU, FORTALEZA, JOÃO PESSOA, MANAUS, RECIFE, SALVADOR, SÃO LUÍS, SÃO PAULO, TERESINA: DEVRY BRASIL, 2016. Disponível em: . Acesso em: 20/09/2016 às 16:39.

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